sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Agricultura é aliada na redução de gases estufa

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) trabalha na produção de um banco de dados mundial, com informações sobre a emissão de gases de efeito estufa lançados pela agricultura e seu potencial para minimizar o aquecimento global. O Brasil já está fazendo a sua parte, ao incentivar o uso de tecnologias que reúnem eficiência produtiva e conservação ambiental. O programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), lançado em 2010, permite que o produtor rural tenha acesso a financiamento a um custo baixo (5,5% de juros anuais) para investir em práticas como recuperação de pastagens e plantio direto, que ampliam a produtividade da lavoura e, ao mesmo tempo, reduzem a emissão dos gases estufa.
A atuação do Brasil está alinhada com o Projeto de Mitigação das Mudanças Climáticas na Agricultura (Mitigation of Climate Change in Agriculture - MICCA) da FAO. O organismo da ONU utilizará os dados sobre as emissões para revertê-los em oportunidades de amenizar o aquecimento global, por meio de técnicas agrícolas adequadas a essa realidade. “A nova agricultura colocada em prática está voltada para diminuir a quantidade de gases poluentes e tem, como consequência, um clima menos quente no mundo”, destaca o coordenador da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Derli Dossa.
No início da semana, a FAO divulgou que o Projeto MICCA receberá apoio de US$ 5 milhões dos governos da Noruega e Alemanha. O objetivo do projeto é tornar pública a quantidade das emissões de todos os países do mundo, facilitando o acesso às informações por representantes governamentais e agricultores. A FAO também usará as informações como ferramenta na operação de linhas de financiamento internacionais, para projetos de mitigação e redução das emissões provenientes da agricultura e de aumento da quantidade de carbono sequestrado nas explorações agrícolas.

Experiência brasileira:

O Brasil ocupa posição estratégica no combate ao aquecimento global. “A aposta em projetos sustentáveis na área da agricultura e pecuária, como o programa ABC, posicionou o Brasil entre os países mais adiantados no alcance das metas firmadas na 15ª Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP 15)”, explica Dossa.
O ABC é uma das principais ações adotadas pelo Ministério da Agricultura para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. O programa oferece R$ 2 bilhões em financiamento a produtores rurais e promove estudos e pesquisas, por meio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Apoia também a capacitação profissional, para facilitar a difusão de práticas como plantio direto na palha, fixação biológica de nitrogênio, recuperação de pastagens degradadas e o sistema Integração Lavoura-Pecuária-Florestas (ILPF), que contribuem para a preservação das áreas de produção. O programa destina-se aos produtores rurais de todos os biomas brasileiros. Nos próximos dez anos, tem como meta deixar de emitir 165 milhões de toneladas equivalentes de CO2.
O programa Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) está no foco da chamada “agricultura verde”. O sistema combina atividades agrícolas, florestais e pecuárias, promovendo a recuperação de pastagens em degradação. De acordo com o Ministério da Agricultura, a área utilizada nesse sistema pode ser aumentada em quatro milhões de hectares nos próximos dez anos. A previsão é que o volume de toneladas de dióxido de carbono (CO2) diminua entre 18 milhões e 22 milhões no período.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Publicado em 17/02/2011)

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